Irmá Benigna

Reportagem Especial

Entrevista com o Sr. Agnaldo de Souza

Data: 16/04/2023

Edição: 88

Empresário do setor de transporte, “Expresso Nepomuceno”, mora na cidade de Lavras-MG, casado, atualmente com 91 anos. Em agradecimento pela graça recebida através da Irmã Benigna, decidiu ajudá-la naquilo que ela precisasse, inclusive doando as maçãs para os velhinhos, fruta que eles mais apreciavam.

 

1. Sr. Agnaldo, o senhor teve a oportunidade de conviver com a Irmã Benigna quando ela prestou serviços no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e no Lar Augusto Silva, ambos na cidade de Lavras-MG. Poderia nos contar sobre o momento em que a conheceu?

R) Foi mais ou menos quando eu viajava, eu facilitei onde eu trabalhava e fiquei com a cólica de rins. Então, fiquei passando... sempre me dava cólica de rins. De vez em quando, tinha cólica brava. Até viajava com minha filha. De vez em quando, tinha na estrada. Reclamando da cólica, chegou um rapaz, amigo, eu não lembro quem, e ele conhecia a Irmã Benigna. Aí ele falou: vai lá, tem uma santa lá no Colégio que faz a bênção e expele pedra. É isso que aconteceu. 

Naquele tempo eu já era muito ligado ao Lourdes, minhas filhas estudaram lá também. Eu sempre via Irmã Benigna. 

Irmã Benigna me chamou lá: “Menino, vem aqui, vamos conversar. O que está acontecendo?”. Falei com ela: estava com cólica de rins e me deram conselho para procurar a senhora. Então, estamos aqui para receber a bênção da senhora. Aí, nós conversamos as coisas, ela falou: “Pois não, filho...”. Ela tinha um jeito de falar especial. 

Nós conversamos primeiro, rezamos, ela deu a bênção e falou: “Meu filho, você não precisa tomar ..., fazer nada, nem operar. Nem operar. Faz as orações para que você seja abençoado. Você vai expelir essas pedras, você tem pedras nos rins”. Então, eu saí daquilo ali meio encabulado: Como é que vai fazer? Como que ia expelir se o canal passava mal a urina? Até que um belo dia acabei de almoçar, eu ia carregar lá na “SN” (estou contando o desenrolar que foi). Fui lá para “SN” (SN Concretos) carregar, descendo no Gammon, ali, senti uma diferença na urina. Cheguei lá na “SN”, expeli três pedras. A cólica acabou! 

Depois, aí eu perguntei: Irmã, o que eu posso fazer pra senhora, pela bênção? (...) Voltei lá, pedi o que eu podia fazer pra ela... para que eu ... pela bênção... (...) fui abençoado. Ela falou: “Meu filho, eu estou fazendo uma gruta aqui no Lourdes e preciso de muita pedra”. E eu falei: Pode deixar que eu arrumo as pedras. Eu arrumei as pedras, ela fez a gruta. 

 

2. Sr Agnaldo, poderia relatar alguns momentos da sua convivência com a Irmã Benigna, no Lar Augusto Silva?

R) Logo que chegava, primeiro fazia as orações, ela agradecia tudo. Era tanta coisa boa, era tanta coisa boa que a gente conversava. Eu agradecia quando ela me recebia. O que eu sentia da Irmã Benigna... aquela graça... A gente olhava pra ela, a gente tinha aquela fé. Confiança. A confiança. 

Você via o trato que ela tinha com as pessoas que estavam no asilo, os velhinhos, as meninas. Eu via o carinho. Mas, às vezes que eu tive com ela no asilo, foram muitas vezes, foi sempre agradável, porque a gente conversava e sempre rezava.

 

3. Em seu testemunho, o senhor relata: “Quando ela foi para o asilo, decidi continuar ajudando. Eu vi que o meio de retribuir a bênção recebida era ajudá-la a cuidar dos velhinhos. Irmã Benigna não pedia nada para ela, tudo era para os velhinhos”.  O que o senhor poderia relatar sobre esse fato?  

R) E eu fiquei com aquele negócio na mente, da graça que eu tive. Não falava graça, do benefício que eu tive de ter expelido a pedra. Eu fui beneficiado! 

As cólicas que eu tinha, eu pulava e sentava no chão para tirar tanta dor que eu tinha nas costas. A cólica, eles falam que a cólica de rins dói mais que parto, então, ela me ajudou muito. E ela me curar, me tirar essas pedras. É graça de Deus! A gente não sabe expressar como a gente é beneficiado. 

Eu, com minha filha, nós tínhamos planos. Eu era bem beneficiado com o trabalho. Fui muito feliz com a empresa, com a administração nossa. (...) Mas, então, eu prometi assim: todo caminhão que eu comprasse, eu dava um saco de açúcar para o asilo. Quando comprei três caminhões, eu falei: dar três sacos de açúcar para o asilo? Aí eu mudei pra maçã. Eu falei: vou doar uma caixa de maçã. E passei a dar a caixa de maçã lá. 

Sempre a gente ia lá pra conversar com ela. Mas aí, passou, e sempre, em vez de uma passei pra duas caixas de maçãs, porque eu via que lá era bastante gente e a empresa foi crescendo. Graças a Deus foi crescendo bem. Eu agradeci muito a ela, porque ela sempre nas orações, ela falava: “Expresso Nepomuceno”. Mas ela conhecia eu, Agnaldo, Agnaldo.

Tem uma passagem muito bacana. Eu ia entregar as maçãs lá no asilo, esse dia eu cheguei tarde de viagem, peguei as maçãs e fui levar lá. Cheguei lá, ela estava conversando com Zé Unes. Zé Unes é um engenheiro que tinha aqui, fazia tudo para o asilo. Mas quem não fazia? Então, eu entrei assim, ela falou: “José, aqui, olha, que graça eu estou recebendo agora!” (A gente até emociona). “Que graça que eu estou recebendo agora! Eu estava pensando: ‘Meus filhinhos, esse ano, iam passar sem comer uma maçã’. E está chegando as maçãs. Que graça!”. E juntou nós assim, e fez uma oração com o Zé Unes junto. Isso tem quase cinquenta anos. 

 

4. Em seu testemunho, além de descrever a alegria da Irmã Benigna ao receber as caixas com as maçãs para os velhinhos, o senhor relata que sua esposa o acompanhava. Conte-nos sobre essa ocasião.

R) Ela fazia questão de ir com a gente e a Irmã Benigna não deixava de dar um abraçozinho nela também, não a deixava pra trás. Ela gostava da Irmã Benigna. Na hora que a gente ia embora, como Irmã Benigna agradecia bem! 

 

5. Irmã Benigna acolhia a todos que a procuravam, a qualquer hora que fosse. Percebia as aflições e necessidades de cada um e atendia prontamente. Dizia: “Jesus tem pressa!” e a hora que uma pessoa a procurava era a “Hora da Graça”, não podia deixar de atender. Na sua convivência com a Irmã Benigna, o senhor pôde vivenciar um momento como esse? 

R) Eu fui lá um dia, passei lá e falei: vou chegar aqui.  Cheguei lá... Ela abriu a porta na hora, pediu licença à pessoa que estava com ela e foi conversar comigo. Ela falou assim: “Você não podia ir embora sem conversar comigo”.

 

6. Irmã Benigna tinha muitos dons e virtudes. Era muito simples, alegre, humilde e abnegada. Pode relatar outro momento que o tenha marcado no Lar Augusto Silva?

R) Quando via os velhos lá no asilo, eu ficava comentando: Como a senhora administra isso aqui? Como a senhora administra? Ela falava assim: “Filho, com Deus nada é difícil”.

Ela me levou para mostrar a sala de jantar, que eu pensava assim: Irmã, como é que come esse povo todo aí? 

Isso aqui me emocionou um bocado. Ela falava assim: “Meu filho, seja abençoado, porque quem faz, quem dá aos pobres, empresta a Deus”.

 

7. Sr. Agnaldo, o senhor pôde testemunhar os exemplos e ensinamentos da Irmã Benigna, inclusive, sua devoção a Nossa Senhora. O que mais o marcou?

R) A gente passa por umas... Esses dias nós estávamos conversando sobre Nossa Senhora Aparecida. Eu tenho um quadrinho de Nossa Senhora Aparecida pequeno assim, e tem uma... Peguei a carteira na minha gaveta lá e falei: Aqui, oh, retrato da Irmã Benigna! É retrato da Irmã Benigna! Quer dizer que não esqueci nunca dela. Nunca esqueci. Às vezes, a gente fala: Nossa Senhora! São todas. Nossa Senhora, me ajuda! Porque é tanta graça que a gente recebe.

 

8. Irmã Benigna continua deixando marcas na vida de inúmeras pessoas. Quantos são tocados pelo seu exemplo e quantas conversões! 

R) Olha o sorriso dela! Olha o que ela fez pra tanta gente! Eu posso rezar?

 

 

 

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