Irmá Benigna

Reportagem Especial

Entrevista com a Sra. Aparecida Carvalho de Andrade

Data: 16/12/2022

Edição: 86

Entrevista Especial

Entrevistada: Aparecida Carvalho de Andrade

Aparecida Carvalho de Andrade teve o privilégio de conviver com a Irmã Benigna, durante os períodos em que ela prestou serviços no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e no Lar Augusto Silva, ambos na cidade de Lavras-MG. 

 

Dona Aparecida, poderia nos contar sobre o momento em que conheceu a Irmã Benigna? Nesse primeiro encontro, o que mais chamou a sua atenção? 

Conheci Irmã Benigna no Colégio de Lourdes quando eu estava no ginasial. Minha colega me contou que ali no colégio havia uma irmã que era santa, que ela rezava pra gente e a graça acontecia. E eu fiquei ansiosa para conhecê-la. Ela falou: “ela fica lá pra dentro, mas quando ela aparecer aqui, eu te mostro”. E um dia a Irmã Benigna apareceu nos corredores, na hora do intervalo das aulas, e nós corremos todos para perto dela. “Irmã Benigna, Irmã Benigna!!! Reza para gente tirar nota boa na prova de matemática!!!” Ela segurou as nossas mãos, rezou a Salve Rainha e depois bateu na minha testa: “você vai tirar 10!” Uma pessoa santa mesmo! Uma pessoa que acolhia a gente sem pressa, sem falar agora não posso, aberta, disponível, sorridente, acolhedora. 

 

Irmã Benigna participava das Missas e orações na Capela do Colégio. A senhora pôde presenciar algum desses momentos? Como se deu o primeiro encontro dela com a sua mãe, Dona Fiúta? 

Na Capela, quando a gente assistia a Missa, ela estava sempre junto. Depois que terminava, a gente ia conversar com ela; ela nos abraçava e, foi onde eu a apresentei pra minha mãe, numa Missa lá na Capela. Minha mãe estava ansiosa por conhecê-la. Eu falei: “mãe, aqui tem uma irmã que é ‘santa’”. E ela estava com aquele caroço no nariz, desenganada pelo médico. E ela falou assim: “Ah, então, na hora que acabar a Missa, eu vou lá conversar com ela”. E assim foi. Minha mãe correu, foi lá, abraçou, conversou com ela, mostrou o nariz e ela pôs a mão, rezou a Salve Rainha e quando minha mãe chegou em casa, vazou tudo e sarou! E aí, a minha mãe ficou tão amiga dela, nunca mais se separaram. 

 

Irmã Benigna tornou-se grande amiga da sua mãe, Dona Fiúta. Visitava com frequência sua família, rezava com todos, e muitas graças foram alcançadas através das suas orações. Participou de diversos momentos de sua vida familiar, inclusive de algumas refeições. A senhora se recorda de algum momento, ao longo dessa convivência, que a tenha marcado? 

Sempre ela queria rezar o Terço antes do almoço; e a mãe, aflita, que o almoço já estava na mesa. Ela: “Vão rezar primeiro”. Nesse dia, ela estava lá em casa e a gente estava ali, rezando na sala, esperando a hora do almoço. E o almoço foi posto à mesa; a minha mãe chamou-a. Ela falou: “Não, vamos rezar primeiro”. Foi, rezamos o Terço. A mãe aflita, que a comida ia esfriar, e ela quis rezar primeiro. Daí, logo depois, a gente ficou sabendo do acidente do meu pai; foi na hora da oração. Ele distraiu, não sei como, que ele também já estava mais idoso, entrou na carroceria de um caminhão que estava na frente dele. Era para ele ter ficado sem a cabeça, porque cortou tudo ali na frente, sabe?! Todo mundo não entendia por que a cabeça dele estava inteira; e foi na hora que ela não quis ir para a mesa, e quis rezar primeiro. E isso salvou o meu pai.

 

Outras pessoas de sua família também alcançaram graças através das orações da Irmã Benigna. Uma delas foi sua irmã, Maria das Graças. Poderia nos contar o que aconteceu? 

Maria das Graças era uma pessoa saudável, estava estudando. De repente, ela apareceu com um problema sério na perna e não estava nem conseguindo se locomover. Então, ela foi levada para Belo Horizonte, para um especialista olhar e descobrir o que era. E esse especialista achou muito sério o caso dela, muito grave. A minha mãe, desorientada, lembrou que a Irmã Benigna estava em Belo Horizonte. Então, foi atrás dela. E ela foi lá no Hospital rezar com a Maria das Graças. E, de repente, no outro dia, quando ela chegou lá, no médico, ele ficou abismado; ela estava bem, já estava andando. Ele falou: “mas, essa é aquela aleijadinha que teve aqui ontem?!” Graças à oração de Irmã Benigna ela recuperou aquele movimento das pernas que, bem dizer, estava paralisada.

 

Irmã Benigna não fazia acepção de pessoas. Acolhia a todos e dedicava, a cada um, todo seu carinho e atenção. A senhora pôde testemunhar isso em algum momento?  

A Irmã Benigna era uma pessoa para todos. Ela acolhia a todos, sem distinção de religião, de classe social. A todos ela acolhia com aquele amor, aquela boa vontade, com aquele sorriso, com aquela ternura. Como era bom estar perto da Irmã Benigna! Era uma pessoa assim... admirável! Eu tinha uma amiga que era presbiteriana. E ela era muito bonita, foi até Miss Lavras. Muito cotada, muito querida. Ela ficou muito amiga da Irmã Benigna. E a Irmã Benigna ensinando ela a tocar violão,  cantando com ela.  E ela tomou aquela amizade tão grande com a Irmã Benigna, que a religião não influenciou em nada.

 

Devido à sua grande devoção a Nossa Senhora de Lourdes, Irmã Benigna construiu, com a ajuda dos amigos, uma belíssima gruta em sua homenagem, no Colégio. Poderia relatar o que vivenciou na época? 

Na época que eu estudava lá no Colégio, Irmã Benigna construiu uma gruta em homenagem a Nossa Senhora, muito bonita; e nós todos gostávamos muito de rezar lá nessa gruta, com aquela imagem linda de Nossa Senhora. E, de repente, as Irmãs resolveram demolir aquela gruta pra fazer outra construção. E todo mundo ficou muito pesaroso. Todo mundo ficou muito triste de demolirem aquela gruta, que era um lugarzinho de encontro nosso com Nossa Senhora. 

 

A senhora pôde testemunhar a grande devoção que a Irmã Benigna tinha a Nossa Senhora. O que sua família aprendeu com ela, ao longo dessa convivência? O que podiam perceber com a oração da Salve Rainha, que a Irmã Benigna rezava?

A devoção que a Irmã Benigna tinha a Nossa Senhora era uma coisa, assim, invejável, até! Ela tinha uma confiança plena! Quando ela fazia uma oração, ela já fazia na certeza de que aquela oração seria atendida. Uma fé inabalável, que passava pra gente aquela confiança em Nossa Senhora. A oração da Salve Rainha da Irmã Benigna era uma coisa, assim, que contagiava a todos. Nós todos agora rezamos a Salve Rainha. Sempre que a gente precisa de uma graça, a primeira coisa é a Salve Rainha junto com a Irmã Benigna: “Irmã Benigna intercedei a Deus por nós”, e a Salve Rainha. Eu e minha família conseguimos muitas graças, muitas bênçãos com a oração da Salve Rainha. E sempre que a gente está em apuros, a gente intercede à Irmã Benigna, rezando a Salve Rainha. 

 

Irmã Benigna transformou a vida de muitas pessoas e famílias. Para sua vida e de sua família, qual a importância dessa convivência com a Irmã Benigna?

Irmã Benigna sempre esteve presente na minha vida, na vida da minha família toda. Depois de casada, continuou nos acompanhando e acompanhando o crescimento dos meus filhos. Foi uma presença assim, de muita importância pra mim. Eu me sentia segura com as orientações que ela dava, com o que ela me falava. E, uma vez, a Cláudia adoeceu - minha filha mais velha - com hepatite, na mesma época em que o primo dela, que era da mesma idade, adoeceu de hepatite. Só que a Irmã Benigna cuidou dela, numa semana ela ficou boa. E, o outro, quarenta dias depois, ainda não tinha sarado. Irmã Benigna não se esquecia das orações – que era o principal. Ela estava sempre rezando, intercedendo pela saúde da Cláudia e cuidando dela. E com isso, ela ficou boa logo, muito rápido. 

 

Com a força de sua fé, sua confiança em Deus e Nossa Senhora, Irmã Benigna não se detinha diante das dificuldades. Com suas orações, transformava as mais diversas situações. A senhora pôde acompanhá-la em vários momentos. Poderia nos relatar algum episódio que chamou a sua atenção?   

Após a morte do meu sogro, pai do meu esposo, aconteceu uma coisa desagradável. Ele morava com uma outra mulher, formou uma nova família, e houve confusão, lá com negócio de herança, e nós tivemos que ir lá. Quando vim aqui pedir oração para a Irmã Benigna, no Asilo, ela falou: “Eu tenho que ir lá”. Eu falei: “Não Irmã Benigna, reza daí mesmo, porque lá é longe. A gente tem que andar um espaço a pé. Tem que passar numa pinguela, que a senhora não vai dar conta de passar. A senhora reza daqui mesmo”. “Não, minha filha. Quando eu sinto que eu tenho que ir, eu tenho que ir”. Aí, fomos de trem até Paulo Freitas. Depois, fomos de carro até lá perto da fazenda. A estrada não chegava lá e ela passou naquela pinguela. 

E, chegamos lá, a casa com a porta aberta, não aparecia ninguém. E ela, com aquele jeitinho dela (disse): “Como que ela chama?”. Eu falei: Nazaré. “Nazaré, oh Nazaré”, foi chamando a dona da casa. A Nazaré saiu lá do quarto, com o cabelo todo esgandaiado, com aquela cara ruim... (E a Irmã Benigna): “Oh minha filha, vim rezar com você. Você gosta de rezar?” Aí, ela balbuciou qualquer coisa lá.  E aí, nós fomos rezar, sentamos lá na sala: a Nazaré, Irmã Benigna e eu. Começamos as orações com muita fé; e tinha uns sacos de mantimentos em frente, encostados na parede.  E veio o irmão da Nazaré, que até aquela hora eu não sabia que era irmão, e sentou em cima daqueles sacos. E a gente rezando com aquela fé, com aquela confiança; de repente, ele começou a manifestar umas coisas estranhas.  Irmã Benigna me olhou, eu olhei para ela, e aí que nós rezamos com mais força. De repente, ele relaxou, parece que ficou bem. E aí, a Irmã Benigna pediu para ele ir pregando os escapulários que ela tinha levado; pregando nas portas todas, no curral, nas casinhas de terreiro, para todo lado, ele foi pregando e ela rezando a Salve Rainha e jogando água benta; rezando a Salve Rainha e jogando água benta; e assim, aquilo tudo que tava, aquela confusão com advogado, aquelas coisas todas, acabou tudo e ninguém mais falou naquilo. Tudo foi resolvido. 

As Relíquias da Irmã Benigna, ela mesma fazia. Era o Agnus Dei, as orações que ela punha junto (as orações que ela costumava fazer) e ela costurava aquilo tudo num pacotinho e a gente colocava junto do corpo, e ela foi colocando junto às portas lá da casa. Todo mundo tinha aquelas Relíquias. 

 

Irmã Benigna começou a prestar serviços no Lar Augusto Silva, em Lavras, na década de 60. Com sua fé e a força das suas orações, superou muitas lutas e grandes provações para reconstruir o local. A senhora teve a oportunidade de acompanhar os acontecimentos desse período. Quais acontecimentos mais a marcaram?

Quando a Irmã Benigna veio para o Lar Augusto Silva, todos se encontravam em grandes dificuldades, aqui: os velhinhos, as freiras, as crianças. Não havia uma alimentação adequada. Irmã Benigna realmente era empreendedora. Ela saiu à procura de ajuda. Ela ia às padarias, conseguia as sobras dos pães; conversava com os fazendeiros, eles traziam uma saca de feijão ou arroz, outra coisa ou outra. Só sei que ela movimentou isso tudo e as coisas foram chegando. 

Além de prover o Asilo de todas as suas necessidades, ela atraía as pessoas para a fé, para a confiança em Deus. Sempre que ela buscava alguma ajuda, ela rezava com as pessoas, ela evangelizava, ela tinha muita caridade, muito amor com todos. Isso encantava as pessoas. Muitas pessoas sabiam da santidade da Irmã Benigna. Era uma santidade, porque ela atendia a todos com muito amor e rezava por todos. E as pessoas conseguiam graças e, assim, iam aumentando o número de fiéis que a procuravam nessas suas necessidades. Pessoas de alto nível social a procuravam, as pessoas humildes, pobres, necessitadas de cura de doenças, de auxílio, mesmo de comida. A todos ela atendia com a mesma disposição, com o mesmo carinho. Ela não fazia distinção de pessoas. Muitas senhoras importantes, ricas, vinham atrás dela pedindo orações, assim como os pobrezinhos. Ela atendia a todos igual, igualmente. 

 

Irmã Benigna era exemplo de fé e modelo de superação. Esquecia-se de suas necessidades e das fragilidades de sua saúde, colocando-se sempre a serviço de Deus e dos irmãos, numa entrega total.  A senhora se recorda de alguma passagem em que pôde perceber isso?

Irmã Benigna tinha várias doenças. Uma vez, ela foi citando para o meu marido, as doenças todas que ela tinha, a fim de incentivá-lo a reagir. Meu marido estava muito doente, muito depressivo, nada o animava, nada o levantava; aquela depressão, não se importava com nada, não participava de nada. E a Irmã Benigna foi rezar com ele, e começou a contar pra ele as doenças que ela tinha. Eu mesma fiquei admirada, porque ela não transparecia ter nada daquilo. Ele até ficou assustado e resolveu reagir. Pensou: “puxa, mas ela tem isso tudo e ainda está aqui me socorrendo?” E isso serviu muito para ele, o incentivou a querer mudar, a reagir. Ela nunca havia reclamado. Nunca havia me contado nada disso. Ela parecia saudável, disposta, atendia a todos com aquela disposição, com aquele carinho. A gente não imaginava que ela tivesse tanta enfermidade. 

 

Sempre atenta às necessidades das pessoas, Irmã Benigna se empenhava em levar o amparo material e espiritual a todos. No Lar Augusto Silva, para que os velhinhos pudessem participar das Missas e orações, ela construiu uma Capela. Com o apoio de seus amigos realizou campanhas, rifas e mutirões. A senhora se recorda dessas campanhas e rifas que a Irmã Benigna fazia? 

Para angariar recursos para ajudar a sustentar o Asilo e, também, pensando em construir para que os velhinhos pudessem rezar, ela começou a vender uma rifa de um carro e, à medida que ela foi vendendo a rifa, nas necessidades que ela tinha, ela foi gastando aquele dinheiro, e no final, quando ela ia pegar o carro, ela não tinha o dinheiro para pagar o carro; e o vendedor ficou muito nervoso – que ela não poderia ter gasto aquele ‘carro’. 

- “Mas, o carro vai sair para o Asilo.”

- Como a senhora sabe? É pela Loteria Federal, como a senhora sabe que vai sair para o Asilo?

- “Vai sair para o Asilo!”

E acontece que, realmente, o carro saiu para o Asilo. E ele ficou admirado e impressionado com aquilo. E ele e a esposa dele se converteram e nunca mais deixaram a Irmã Benigna. 

 

Em uma ocasião, para ajudar na construção da Capela, Irmã Benigna promoveu um churrasco no Asilo. A senhora esteve presente. Algo, em especial, chamou sua atenção e de outras pessoas neste dia?

Além dela fazer as rifas do carro, buscando angariar recursos para a construção da Capela, e para sustentar o Asilo, ela resolveu fazer um churrasco e convidou a cidade inteira. E, o José Augusto, que estava providenciando esse churrasco, perguntou para ela, mais ou menos, o número de pessoas que seriam convidadas, para ele saber o quanto que ia gastar com as carnes. E ela falou qualquer coisa lá; e ele providenciou a carne com aquilo. Quando vê, foi chegando gente, chegando gente, e ele: “Irmã Benigna a senhora é uma irresponsável. Olha quanta gente. Essa carne não vai dar.”

- “Não, fica tranquilo, vai dar sim. Vai dar e ainda vai sobrar!”

E o pessoal chegou e comeu, saiu carregando para casa, aqueles espetos de churrasco. E deu pra todo mundo comer a fartar e ainda sobrar. Irmã Benigna era incrível! Era a Santa da Fartura!

 

A senhora presenciou muitos momentos da vida da Irmã Benigna. Poderia nos contar sobre o seu jeito de ser com as pessoas? E sobre o seu amor e caridade para com todos?

Irmã Benigna gostava de atender a todos os necessitados. Todos os que a procuravam. Mas havia algumas pessoas que não tinham condições de vir até o Asilo a procura de orações. E ela, então, solicitava a gente que a levasse nessas casas, que necessitavam da oração dela, necessitavam da presença dela, mas que não poderiam vir até ao Asilo. Muitas vezes, eu a levei a essas casas. E ela rezava e confortava a todos. E era uma alegria geral. Ela não deixava ninguém sem atendimento, sem atenção. Ela amava a todos. 

Para atender a todos, Irmã Benigna se multiplicava. Ela atendia nas fazendas - os fazendeiros vinham procurá-la, porque, às vezes, estavam com dificuldade com o gado, doenças. Os doentes nos hospitais, ela rezava com eles. Nas casas daqueles que não poderiam procurá-la. Ela não deixava de atender ninguém. Irmã Benigna se multiplicava para dar conforto a todos. 

Como a Irmã Benigna era muito procurada por todos, ela, às vezes, extrapolava para atender a todos, rezando com aqueles que necessitavam. E não era bem compreendida pelas suas companheiras. Mas, mesmo assim, Irmã Benigna seguia a sua vocação, distribuindo o seu amor, a sua alegria e a sua bondade a todos que a procuravam. 

Para mim, Irmã Benigna era como um anjo mesmo. Em toda a dificuldade, eu vinha atrás da Irmã Benigna. Era nas doenças das crianças, do marido, qualquer dificuldade, como aquela da casa do pai do meu marido falecido. Todas as dificuldades, o meu socorro era a Irmã Benigna. E não era decepcionada. Em tudo ela me atendia. Era um conforto para nós. 

 

Na época em que a Irmã Benigna viveu em Lavras, o Lar Augusto Silva passava por uma grande falta de água. A senhora poderia contar como o problema foi resolvido?

Nessa luta da Irmã Benigna para reerguer o Lar Augusto Silva, houve uma época de grande falta d’agua.  E o meu cunhado, entendia do assunto, foi chamado. Mas, ele não sabia onde furar. Irmã Benigna foi solicitada e, rezando a Salve Rainha, ela indicou o local, de onde brotaria água. E realmente, isso aconteceu. 

 

Irmã Benigna, depois de construir a Capela, que dedicou a São José, construiu também uma belíssima Gruta em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes, no Lar Augusto Silva, sempre com a ajuda dos seus amigos. Poderia relatar o que pôde vivenciar nesse período?   

 

Após inaugurar a Capela, Irmã Benigna se preocupava muito em inaugurar uma Gruta em homenagem a Nossa Senhora. Ela dizia: “eu preciso apressar, porque o meu chefe está me chamando”. E com isso ela conseguiu a inauguração da Gruta. Foi uma grande festa, foi uma grande vitória, e todos ficaram felizes. É onde a gente vai, com muita fé, rezar ali naquela gruta, tem até uma chuvinha de bênçãos que cai sob as pessoas que estão rezando, muitas vezes aconteceu isso. 

Irmã Benigna dizia que, quando inaugurasse a Gruta, ela poderia morrer em paz, mas que lá do Céu ela poderia nos ajudar muito. 

 

Após o seu falecimento, Irmã Benigna tornou-se grande intercessora e protetora de todos os que a procuravam e de todos que a ela recorrem nos dias de hoje. Poderia nos contar sobre a graça alcançada em sua família, quando seu filho sofreu um acidente de carro?

Eu e minha família conseguimos muitas graças através da intercessão de Irmã Benigna. Certa vez, aconteceu um acidente muito grave com meu filho Osmar. Ele fraturou o crânio e não havia muita esperança de cura. E nós chegamos até a colocar uma roupa da Irmã Benigna na cabeceira da cama dele, lá na UTI, era uma camisola da Irmã Benigna. E rezando com muita fé, pedindo mesmo que ela intercedesse pela cura dele. Uma vez, na hora da visita, eu e minha mãe fomos lá visitá-lo na UTI. Tinha aquele horário de visita pequeno e nós procuramos conversar com ele, mas ele não atendia, estava como morto. Aí, eu disse para minha mãe: “vamos rezar uma Salve Rainha”. Quando nós começamos a rezar a Salve Rainha, ele continuou, “Mãe de misericórdia”, naquele vozeirão, e quando ele terminou, ele falou: “Irmã Benigna, cuida de todos nós” e mostrou para porta, e falou assim, “Olha lá, ela já vai lá”! Foi muito forte isso aí. Ela esteve lá no quarto rezando a Salve Rainha com ele e ele viu.

 

O que a devoção à Irmã Benigna representa para a cidade de Lavras e região? Como a senhora percebe o seu legado de fé, seus exemplos e ensinamentos?

Com a morte de Irmã Benigna, ela não ficou esquecida. Em Lavras, ela sempre é lembrada.  Sempre a intercessão dela é forte com a Salve Rainha. Muitas pessoas visitam a Gruta para rezar, pedindo a intercessão da Irmã Benigna, e ela sempre atendendo as pessoas. Com a morte dela, parece que a fé aumentou ao invés de diminuir, ela nunca vai ser esquecida. Ela foi um exemplo de vida para nós em tudo! Mas, principalmente, por essa confiança que ela tinha em Nossa Senhora. E a fé com que ela rezava essa Salve Rainha, isso ficou marcado na vida de todos nós. 

As virtudes da Irmã Benigna, que mais me marcaram, são principalmente: a confiança inabalável que ela tinha em Jesus e Nossa Senhora; a fé e o amor que ela tinha a todas as pessoas; o atendimento que ela dava a cada pessoa, indistintamente. E a todos, ela procurava levar para Jesus. 

 

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecê-la, e que estão passando por problemas e aflições, poderia dirigir algumas palavras sobre a devoção à Irmã Benigna?

Eu tive a graça de conhecer a Irmã Benigna de perto, de conviver com ela. De observar a santidade dela. A fé que ela tinha. O amor a Nossa Senhora e Jesus. E tantas graças eu tive a felicidade de receber através das orações dela. Procurem conhecer a Irmã Benigna. Busquem a intercessão dela. Rezem a Salve Rainha com fé, como ela fazia conosco, de mãos dadas. E muitas coisas boas, com certeza, irão acontecer na vida de cada um de vocês. Irmã Benigna, intercedei a Deus por nós!!!

Ver outras Reportagens Especiais